1) Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o vosso nome.
A
palavra Pai refere-se a Deus, inteligência suprema, causa primária de
todas as coisas; Céu significa o universo, os diversos mundos habitados.
Santificado seja o vosso nome mostra que devemos crer no Senhor, porque
tudo revela o seu poder e sua bondade. A harmonia do universo
testemunha essa sabedoria. Por isso, todos deveriam reverenciar o seu
nome em quaisquer circunstâncias. De acordo com o Espírito Emmanuel, “a
grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós
que lhe recebemos as lições divinas. Cada palavra, dentro dela, tem a
fulguração de sublime luz. De início o Mestre Divino lança-lhe os
fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve
constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas
tarefas... Em seguida, com um simples adjetivo possessivo, o Mestre
exalta a comunidade. Depois de Deus, a Humanidade será o tema
fundamental de nossas vidas”. (Xavier, s.d.p., p. 167)
2) Venha o vosso reino
Deus
apresentou-nos leis cheias de sabedoria e que fariam a nossa felicidade
se as observássemos. Obedecendo a essas leis, que estão escritas em
nossa consciência, faríamos reinar entre nós a paz e a justiça.
Praticando a excelsa caridade, todos nos ajudaríamos mutuamente,
expulsando por completo o mal de nosso planeta, pois todas as misérias
vêm da violação dessas leis, porque não há uma só infração que não tenha
conseqüências fatais.
3) seja feita a vossa vontade, na Terra, como no céu.
Sabemos
que a submissão é um dever do inferior para com o superior, do filho
com relação ao pai. Não haveria uma razão ainda maior de nossa submissão
com relação Àquele que nos criou.
Ainda
nos falta um sentido para compreender a existência de Deus. Contudo,
conforme formos depurando o nosso Espírito do jugo da matéria, vamos
também aumentando a nossa capacidade de conhecer os atributos da
divindade.
A
atitude fundamental da prece deve ser de obediência, de adesão à
vontade de Deus, de harmonização entre nós e a sua Lei, que é perfeita.
Acontece que dada a nossa imperfeição oramos às avessas, ou seja, ao
invés de nos conformarmos com a Lei queremos burlá-la, tornando senhores
de Deus, através de pedidos de ordem inferior.
O
Espírito Emmanuel comenta esta passagem dizendo-nos que é comum a
alteração dos votos que formulamos ao alto. Muitas petições endereçadas à
Vida Maior, em muitas ocasiões, quando atendidas, já nos encontram
modificados por súplicas diferentes. Ele afirma: “Em circunstâncias
diversas, acontecimentos que nos parecem males são bens que não chegamos
a entender, de pronto, e basta analisar as ocorrências da vida para
percebermos que muitas daquelas que nos afiguram bens resultam em males
que nos dilapidam a consciência e golpeiam o coração”. (Xavier, 1986, p.
318)
4) Dai-nos o pão de cada dia
“Dai-nos
o alimento para a manutenção das forças do corpo; dai-nos também o
alimento espiritual para desenvolvimento do nosso Espírito... Uma vez
que a lei do trabalho é a condição do homem na Terra, dai-nos a coragem e
a força para cumpri-la; dai-nos também a prudência, a previdência e a
moderação, a fim de não lhe perder o fruto”.
Inspira-nos
sempre bons pensamentos para que tenhamos em mente um trabalho
profícuo. E se, porventura, a sociedade nos recusar tal mister, que
saibamos ter a necessária resignação para com a vontade divina a nosso
respeito.
O Espírito Emmanuel, em Fonte Viva, capítulo 18 (Não Somente),
traça alguns pensamentos a respeito da relação entre os cuidados
materiais e os espirituais. Não somente o agasalho, a beleza física, o
domicílio confortável e os títulos honrosos, mas também o refúgio de
conhecimentos superiores que fortaleçam a alma, a formosura e a nobreza
dos sentimentos, a casa invisível dos princípios edificantes e as
virtudes que enriqueçam a consciência eterna.
5)
Perdoai as nossas dívidas como nós as perdoamos àqueles que nos devem.
Perdoai nossas ofensas, como perdoamos àqueles que nos ofenderam.
“Cada
uma das nossas infrações às vossas leis, Senhor, é uma ofensa para
convosco, e uma dívida contraída que nos será preciso, cedo ou tarde,
pagar. Para elas solicitamos o perdão de vossa infinita misericórdia,
sob a promessa de fazer esforços para não contrair novas dívidas”.
Um
estudo acurado sobre o perdão leva-nos a interpretá-lo de forma
diferente daquela que é feita simplesmente pela repetição de frases
feitas. Falamos que devemos perdoar não sete, mas setenta vezes sete
vezes, que devemos esquecer a ofensa, que devemos nos ajustar com o
adversário enquanto estivermos a caminho. Mas, na prática, como é que
funciona? Estamos bem longe de praticar esses atos com conhecimento de
causa. Muitos até dizem: eu perdôo, mas não quero mais vê-lo na minha
frente.
A
prática correta do perdão, a que estabelece o esquecimento da ofensa,
tem valor científico. Em primeiro lugar, como o acaso não existe, tudo o
que se nos acontece deve ser bem meditado. Antes de maldizer o ofensor,
o correto seria agradecer a Deus por tê-lo colocado em nosso caminho
para ser motivo de nossa paciência.
Uma
coisa que deve ficar clara: ninguém ofende ninguém. A ofensa é
subjetiva e, como tal, somente nos sentiremos ofendidos se assim o
interpretarmos. A ofensa é, antes de tudo, um agravo à Lei de Deus.
Nesse sentido, o ofensor feriu-se a si mesmo, pois se desviou da lei de
Deus e deverá, cedo ou tarde, fazer o seu ajustamento.
Diante
desse ensinamento, nunca deveríamos, em hipótese alguma, fazer justiça
com as próprias mãos, pois ao invés de eliminar um mal estaremos
cometendo outro. Não se apaga o fogo com mais fogo, mas com água.
6) Não nos abandoneis à tentação, mas livrai-nos do mal.
“Dai-nos,
Senhor, a força de resistir às sugestões dos maus Espíritos que
tentarem nos desviar do caminho do bem, em nos inspirando maus
pensamentos”.
Cada
imperfeição é uma porta aberta à sua influência, ao passo que nada
podem, e renunciam a toda a tentativa, contra os seres perfeitos. Por
isso deveríamos nos humilhar diante da dor e do sofrimento, rogando
forças para eliminar de nós mesmos a imperfeição, a tentação, que é
atrai os Espírito menos felizes.
7) Assim Seja
Esperamos
que os nossos desejos se cumpram! Mas nos inclinamos diante a vossa
sabedoria infinita. Sobre todas as coisas que não nos é dado
compreender, que seja feito segundo a vossa vontade e não segundo a
nossa, porque não quereis senão o nosso bem, e sabeis melhor do que nós o
que nos é útil.
CONCLUSÃO
Saibamos orar e tenhamos confiança na Divina Providência. A fé que não enfrenta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.
Extraído do 28º capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo (itens 2 e 3).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. 39. ed., São Paulo: IDE, 1984.
Fonte da imagem: Internet Google
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