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terça-feira, 9 de junho de 2015

O CÉREBRO: A MÁQUINA DA VIDA...


Reconhecemos que não é nada fácil estudar o cérebro e, muitas vezes, ficamos aturdidos com tantas informações de pesquisas que procuram nesse órgão as mais diversas explicações para comportamentos, atos, doenças, enfim, tudo sobre o nosso modo de viver. Por isto, prefiro chamar o cérebro de “máquina da vida”. Máquina por trazer uma ideia de matéria e vida no sentido, além da matéria, de alma. Para muitos estudiosos e especialistas o cérebro não passa de uma máquina de neurônios.

Algumas considerações de duas pesquisas recentes sobre o cérebro chamaram a nossa atenção e as coloco para estudá-las juntamente com os ensinamentos da ciência espírita.
Segundo os cientistas, no desenvolvimento do cérebro na escala animal, o sistema emocional, representado pelo sistema límbico (um local determinado do cérebro), precedeu o desenvolvimento do sistema intelectual, representado pelo neocórtex (circunvoluções do córtex cerebral). Afirmam também que somos no momento como qualquer outro ser vivo, produto de uma evolução que nos oferece um cérebro com uma potencialidade fantástica para agirmos no mundo, visando à nossa sobrevivência e adaptação(1).



Deste modo, fica claro que para os cientistas as emoções e a inteligência se encontram na estrutura cerebral. Não temos dúvida que todo corpo humano com o seu cérebro, bem como a inteligência, evoluíram e continuam a evoluir, mas para a ciência espírita a inteligência e as emoções pertencem ao espírito. Kardec(2) se refere à inteligência como um atributo essencial do espírito e que ambos se confundem num princípio comum. O espírito necessita do cérebro para exteriorizar-se no mundo físico e o desenvolvimento cerebral ocorre para que o espírito possa demonstrar a sua contínua evolução e atuar no mundo com sérias transformações que acontecem aceleradamente. Visa, obviamente, à sobrevivência, instinto trazido no inconsciente do ser e para que sobreviva é necessário adaptar-se.


A ciência menciona que o cérebro tem uma capacidade imensa de receber informações do mundo que o rodeia, processa e seleciona quais são mais úteis e interessantes, mas nem sempre as melhores. Refere ainda que o cérebro simplifica tais informações para que ocorra rapidamente a adaptação e a reação frente aos estímulos externos, principalmente as ameaças, visando à sobrevivência. Os estímulos que representam perigo ou não à adaptação desencadeiam emoções correspondentes, que tomam conta do nosso ser através de reações físicas, principalmente as reações hormonais e de outras substâncias, como por exemplo a adrenalina, que nos coloca em estado de alerta(1).


Para a ciência espírita, o processamento dos estímulos e sua seleção são realizados pelos corpos sutis do espírito, que faz de tudo para manter bem o corpo físico para que possa agir adequadamente no meio. Ao referir que as reações físicas são provenientes das respostas emocionais e sendo a emoção atributo do espírito, pela ótica espírita, deduz-se que todos os processos emocionais atingem o cérebro, de onde se irradiam para se manifestarem no corpo físico. É o espírito coordenando o corpo.


Segue a pesquisa dizendo ser notório que as emoções comandam os nossos comportamentos e ações. Tudo que assistimos será relatado sob o domínio das nossas emoções. Muitas vezes agirmos sem usar a razão, simplesmente pela emoção, e quando raciocinamos mudamos nossas opiniões sobre tais atitudes. As reações emocionais nos dão uma chance melhor para a adaptação e a sobrevivência(1).
Disto, deduz-se que as emoções comandam nossas ações; assim, vale dizer que, pela ciência espírita, a alma comanda as ações, pois as emoções são suas elaborações. Como somos corpo e alma em equilíbrio, a razão e a emoção também devem estar equilibradas, proporcionando-nos uma melhor adaptação no mundo terreno frente aos constantes e intermináveis estímulos.


É consenso entre os cientistas que os estados emocionais são acompanhados por mudanças na bioquímica humana. A cada alteração emocional flui uma cascata de hormônios e neurotransmissores repercutindo seus efeitos nas células do corpo. Segundo Robert Sapolsky (reconhecido neuroendocrinologista norte-americano da Universidade Stanford), com o estresse há um aumento na secreção do cortisol (chamado hormônio do estresse) pelas glândulas suprarrenais. Pesquisadores da College em Londres descobriram que as pessoas, sentindo-se felizes e bem humoradas, secretam 30% menos cortisol mesmo quando estão sob efeito de algum estresse. Esta pesquisa demonstra e sugere que a busca pelo aumento da felicidade deveria ser uma preocupação dos órgãos de saúde pública(3).


A Doutrina Espírita concorda plenamente com a ciência sobre a liberação das substâncias pelo corpo diante de uma reação emocional. Repetimos: a alma é a elaboradora das emoções, portanto comanda e organiza toda a fisiologia do corpo físico. Quanto à felicidade, a Doutrina Espírita esclarece muito bem que os bons pensamentos, bons sentimentos e boas emoções produzem bem-estar, um estado feliz da alma, que harmoniza as funções fisiológicas do organismo humano e, logicamente, todas as suas secreções. “A alma é a direção e o corpo obediência”(4).


Também acordamos que o bem-estar ou a felicidade referida seja um problema de saúde pública, pois a educação para o desenvolvimento da espiritualidade deveria figurar entre os programas de saúde, visando à conscientização da importância da harmonização entre o corpo e a alma, independente de um contexto religioso.
Pesquisa científica refere que a mente fora do contexto físico do cérebro pode dispor de recursos ou usar de estratégias que sobrepujam toda a fisiologia cerebral. Mas enquanto contida nesta “máquina” de neurônios, ela é limitada pelos recursos que esses neurônios podem oferecer. Ainda, a mente em seu dinamismo se projeta na consciência que se expande ou se contrai diante do que lhe emociona. Desta forma, ao receber os estímulos do mundo exterior, a mente deve rapidamente fazer as escolhas prioritárias para decisões mais uteis e mais acessíveis, mas nem sempre as melhores. A realidade que vemos e tudo o que é percebido pelos nossos sentidos é interpretado pela nossa mente(1).


O próprio pesquisador admite a mente fora do contexto físico do cérebro e que ela é contida e limitada pela fisiologia da máquina neuronal. Isto está em concordância com a ciência espírita que afirma que ela pertence ao espírito. O cérebro é quem recebe os estímulos e repassa à mente, que é do espírito, para que processe a mensagem e elabore a ação que será feita conforme a vontade e o livre-arbítrio de cada ser. Por isso, as decisões nem sempre são as melhores e são diferentes para cada um.


André Luiz, através da mediunidade de Chico Xavier(4), diz: “No regaço do tempo, os Arquitetos Divinos auxiliam a consciência fragmentária na construção do cérebro, o maravilhoso ninho da mente, necessitada de mais ampla exteriorização”. É o espírito encarnado recebendo pelo corpo todas as informações do mundo e, conforme a sua evolução, fará a sua interpretação, comandando o corpo à ação.
Ainda a pesquisa nos informa que o inconsciente ocupa a maior parte do cérebro e controla tudo o que fazemos. O cérebro é abastecido pelos olhos, ouvidos e os outros sentidos, e o inconsciente traduz tudo em imagens e palavras, segundo Ran Hassim (Professor da Universidade Hebraica de Jerusalém). Refere ao chamado “novo inconsciente”, abordagem que propõe uma explicação puramente neurológica para o lado oculto da mente, confirmando a principal ideia de Freud(1).


Para a ciência espírita, sem dúvida, o cérebro é abastecido por tudo o que lhe rodeia, através dos órgãos dos sentidos, sendo assim recebe os estímulos. Mas também é abastecido pela mente (espírito) com as respostas correspondentes a esses estímulos que resultam nas ações do corpo, como já referimos. As imagens referidas são as imagens mentais próprias da alma e que podem ser verbalizadas.
O chamado “novo inconsciente” é novo na concepção da referida pesquisa, mas ele é tão velho quanto o surgimento do homem – é o passado das experiências e vivências do espírito na sua caminhada, trazido a cada nova vida na matéria. Essa nomenclatura está associada a uma abordagem puramente materialista que propõe que o inconsciente é produto da matéria cerebral, uma explicação puramente neurológica, bem de acordo com a ideia de Freud. Como citamos, o inconsciente é do espírito. Tanto é que o próprio pesquisador diz que suas explicações se referem ao lado oculto da mente.


O que quis ele dizer com isto?
André Luiz esclarece: “Sendo o sistema cerebral o gabinete administrativo da mente, reconheceremos sempre que a conduta do corpo físico está invariavelmente condicionada à conduta do corpo espiritual, como a orientação do corpo espiritual está submetida ao governo da nossa vontade”(4). “O cérebro é o órgão de manifestação da atividade espiritual. É o instrumento que traduz a mente, manancial dos nossos pensamentos”(5).
Ainda nos dizeres de Emmanuel: “O coração inspira o cérebro. O cérebro dirige a existência. A emoção cria a ideia. A ideia plasma as ações”(6).


Quando o cérebro apresenta alguma patologia que impede o seu bom funcionamento, ou uma doença grave que leva o indivíduo a inúmeras deficiências, podendo mesmo apresentar uma vida vegetativa e dependente, o espírito não consegue exteriorizar-se plenamente. Isto demonstra que o homem necessita do cérebro para esta sua passagem pela Terra, mas ele não vive, em qualquer condição, sem o espírito. Kardec(2) é claro quando diz que o cérebro tem uma influência muito grande sobre as manifestações das faculdades, porém as faculdades não pertencem a ele.


A ciência espírita, como se observa, não discorda de nenhuma teoria da ciência, apenas esclarece que a alma faz parte da constituição humana. Ensina claramente que a alma fornece o programa e o combustível para que a máquina da vida (cérebro) trabalhe; portanto, só o fará de acordo com as ordens superiores. 


(José Luiz Condotta)jlcondotta@splicenet.com.br                    

 
1. Revista Mente e Cérebro (Scientific American), edição especial SUPERA, oferecida aos profissionais de saúde, dez/2012, p. 9, www.mentecerebro.com.br.
2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro: FEB,1985, q. 23, 24 e 372.
3. Revista Superinteressante, artigo: O mundo secreto do inconsciente. São Paulo: Editora Abril, ed. 315, fev/2013, p. 37.
4. XAVIER, Francisco Cândido; VIEIRA, Waldo. Evolução em Dois Mundos. Pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro: FEB, 2006, p. 83,151 e 153.
5. XAVIER, Francisco Cândido. No mundo maior. Pelo Espírito André Luiz. Rio de Janeiro, FEB: 2006, p. 48 e 57.
6. XAVIER, Francisco Cândido. Palavras de Vida eterna. Pelo Espírito Emmanuel. Uberaba/MG: CEC, 1986, p. 58.


Fonte da imagem:betemoresco.blogspot.com



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