Sim, deves perdoar! Perdoar e esquecer a ofensa que te
colheu de surpresa, quase dilacerando a tua paz. Afinal, o teu opositor não
desejou ferir-te realmente, e, se o fez com essa intenção, perdoa ainda,
perdoa-o com maior dose de compaixão e amor.
Ele deve estar enfermo, credor, portanto, da misericórdia do
perdão.
Ante a tua aflição,
talvez ele sorria. A insanidade se apresenta em face múltipla e uma delas é a
impiedade, outra o sarcasmo, podendo revestir-se de aspectos muito diversos.
Se ele agiu, cruciado pela ira, assacando as armas da
calúnia e da agressão, foi vitimado por cilada infeliz da qual poderá sair
desequilibrado ou comprometido organicamente. Possivelmente, não irá perceber
esse problema, senão mais tarde.
Quando te ofendeu deliberadamente, conduzindo o teu nome e o
teu caráter ao descrédito, em verdade se desacreditou ele mesmo.
Continuas o que és e
não o que ele disse a teu respeito.
Conquanto justifique manter a animosidade contra tua pessoa,
evitando a reaproximação, alimenta miasmas que lhe fazem mal e se abebera da
alienação com indisfarçável presunção.
Perdoa, portanto, seja o que for e a quem for.
O perdão beneficia aquele que perdoa, por propiciar-lhe paz
espiritual, equilíbrio emocional e lucidez mental.
Felizes são os que possuem a fortuna do perdão para a
distender largamente, sem parcimônia.
O perdoado é alguém em débito; o que perdoou é espírito em
lucro.
Se revidares o mal és igual ao ofensor; se perdoas, estás em
melhor condição; mas se perdoas e amas aquele que te maltratou, avanças em
marcha invejável pela rota do bem.
Todo agressor sofre em si mesmo. É um espírito envenenado,
espargindo o tóxico que o vitima. Não desças a ele senão para o ajudar.
Há tanto tempo não experimentavas aflição ou problema -
graças à fé clara e nobre que esflora em tua alma - que te desacostumaste ao
convívio do sofrimento. Por isso, estás considerando em demasia o petardo com
que te atingiram, valorizando a ferida que podes de imediato cicatrizar.
Pelo que se passa contigo, medita e compreenderás o que
ocorre com ele, o teu ofensor.
O que te é Inusitado,
nele é habitual.
Se não te permitires a ira ou a rebeldia - perdoarás!
A mão que, em afagando a tua, crava nela espinhos e urze que
carrega, está ferida ou se ferirá simultaneamente. Não lhe retribuas a atitude,
usando estiletes de violência para não aprofundares as lacerações.
O regato singelo, que
tem o curso impedido por calhaus e os não pode afastar, contorna-os ou para, a
fim de ultrapassá-los e seguir adiante.
A natureza violentada
pela tormenta responde ao ultraje reverdescendo tudo e logo multiplicando
flores e grãos.
E o pântano infeliz,
na sua desolação, quando se adorna de luar, parece receber o perdão da paisagem
e a benéfica esperança da oportunidade de ser drenado brevemente,
transformando-se em jardim.
Que é o "Consolador", que hoje nos conforta e
esclarece, conduzindo uma plêiade de Embaixadores dos Céus para a Terra, em
missão de misericórdia e amor, senão o perdão de Deus aos nossos erros, por
intercessão de Jesus?! Perdoa sim, e intercede ao Senhor por aquele que te ofende, olvidando todo o mal que ele supõe ter-te feito ou que supões que ele te fez, e, se o conseguires, ama-o, assim mesmo como ele é.
"Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes". Mateus: 18-22. "A misericórdia é o complemento da brandura, porquanto aquele que não for misericordioso não poderá ser brando e pacifico. Ela consiste no esquecimento e no perdão das ofensas". O Evangelho Segundo O Espiritismo, Cap. X - Item 4.
Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Florações
Evangélicas
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